O envelhecimento em Portugal: bem-estar social e condições de vida dos idosos nas regiões do Baixo Vouga e Beira Interior Sul
A sustentabilidade social é crucial no desenvolvimento das sociedades, populações e países. Portugal entrou num processo acelerado de envelhecimento demográfico, com consequências de ordem social e económica. A par deste fenómeno, o despovoamento do interior e o crescimento das populações no litoral, condicionadas pelo acesso a bens e serviços, essenciais para uma melhor qualidade de vida, são o retrato do país.
Este estudo teve por objetivo identificar as dinâmicas de movimento das populações nas regiões do Baixo Vouga e Beira Interior Sul, observando a realidade do território, com o foco no bem-estar e condições de vida das populações, na perspetiva da sustentabilidade. Este trabalho foi estruturado, através da definição dos conceitos de envelhecimento, idoso e esperança de vida. Procurou-se perceber os fenómenos que estiveram na origem do envelhecimento nestas regiões, e as características especificas da população do litoral e do interior, acentuadas pelas assimetrias e desequilíbrios, pelas características físicas do território, pelas acessibilidades, pela densidade populacional, mas também pela atividade socioeconómica. Foi suportado em teoria e na análise de conteúdo de documentação técnica sobre os territórios, bem como na análise quantitativa das estruturas populacionais assentes nos dados estatísticos e literatura disponibilizada pelo INE.
A estrutura etária envelhecida das populações em análise, tem-se vindo a agravar ao longo das décadas, com a diminuição de crianças e jovens, e um aumento de idosos, decorrentes do aumento da esperança de vida, baixa fecundidade e baixa mortalidade. O isolamento e os baixos níveis de escolaridade, são características evidenciadas nas zonas rurais.
Os territórios do interior enfrentam dinâmicas demográficas regressivas. São marcados pelo envelhecimento e pelo défice na reposição geracional, têm fraca oferta de emprego, de serviços e de infraestruturas que fixem as populações, jovens ou ativas, levando-as a migrar para o litoral, em busca de melhores condições de vida. O estudo do envelhecimento é fundamental para ajudar o poder democrático a adequar as medidas e políticas públicas para garantir a manutenção da qualidade de vida dos idosos.