Demografia: o ponto de não retorno
Neste trabalho estudamos a evolução do saldo natural populacional em 6
municípios de fronteira com Espanha, com vista a antecipar o cenário
demográfico de 2031 (próximo momento censitário). Paralelamente,
cruzámos os saldos naturais com os saldos migratórios para aferir até
que ponto estes potenciam a transição demográfica expectável.
Pretende-se, sobretudo, aferir se estará ultrapassado o limiar crítico
além do qual o sistema demográfico do interior de Portugal se reorganiza
numa transição mais duradoura.
Foram escolhidos, de entre os maiores 20 municípios em área territorial,
os 6 maiores municípios com fronteira com Espanha (do norte ao sul), que
não sejam capitais de Distrito, nem façam fronteira com outro município
primeiramente escolhido para o estudo. Pretendemos estudar se, em matéria
de demografia, há territórios nacionais que atingiram pontos de não
retorno, ou seja, em que a taxa de fecundidade de 2,1% jamais vai ser
atingida e antecipar algumas das consequências, com vista à adoção de
políticas públicas que possam minimizar os impactos da tendência
demográfica negativa.
PALAVRAS-CHAVE: DEMOGRAFIA, DESPOVOAMENTO, INTERIOR, SUSTENTABILIDADE,
TRANSIçãO DEMOGRáFICA