Novas dinâmicas territoriais: a região do Algarve na encruzilhada do envelhecimento demográfico
Portugal está cada vez mais envelhecido. No panorama nacional, o Algarve é a quarta região do país com o maior Índice de Envelhecimento, tendo este passado de 131,0 em 2011 para 167 em 2021. Alcoutim é inclusive o segundo município mais envelhecido de Portugal, onde há 759 idosos por cada 100 jovens.
Se olharmos para a realidade regional, esta é reveladora dos fenómenos de litoralização e de concentração urbana. Em função do défice de dinamismo económico e da escassez de condições de suporte à população, tem-se verificado um êxodo progressivo dos concelhos do interior, em direção aos polos urbanos do litoral, onde se concentra no setor terciário a maior parte da estrutura empregadora.
Embora os concelhos menos envelhecidos correspondam grosso modo às áreas urbanas e ao litoral, assistimos cada vez mais a uma crescente urbanização da população idosa. Apesar da proporção de idosos na região do Algarve ser maior nas áreas predominantemente rurais, perto de 29% contra 20% da população urbana, há atualmente três vezes mais idosos a viverem em áreas urbanas do que em áreas rurais.
O objetivo desta comunicação é analisar a evolução do Envelhecimento Demográfico no Algarve, analisando as disparidades intraterritoriais, assim como pôr em evidência as mudanças significativas que se têm registado nos últimos anos. Por fim, damos espaço a uma reflexão sobre as implicações sociais e políticas deste desafio demográfico na coesão deste território, o qual é reconhecido pelas suas características climatéricas e onde os locais dizem ser “bom viver”.