O regresso de emigrantes portugueses residentes na União Europeia: expetativas e determinantes
A emigração portuguesa intensificou-se com a crise económica, o crescimento do desemprego e as medidas de austeridade que foram evoluindo ao longo da primeira década deste século. Aproximadamente 600 mil portugueses migraram para outros países europeus como trabalhadores migrantes. Recentemente, Portugal reiniciou um ciclo de crescimento positivo (interrompido pela pandemia do Covit-19) e o regresso dos emigrantes portugueses entrou na agenda política e de investigação.
Nesta apresentação, pretendemos analisar as opções migratórias dos portugueses a residir no estrangeiro e, em particular, as suas expetativas de regresso. O conhecimento dos fatores que influenciam as intenções e as decisões futuras, assim como as perspectivas quanto à sua reintegração, são questões importantes no planeamento de medidas dirigidas aos portugueses residentes no estrangeiro e na aferição das possibilidades de mobilização dos recursos que detêm. Utilizaremos dados de um inquérito online, desenvolvido em 2020, para uma amostra de portugueses residentes vários países da União Europeia, nomeadamente em França, Luxemburgo e Alemanha. Estes dados mostram que o regresso, constitui uma intenção frequentemente exteriorizada pelos emigrantes residentes em qualquer um destes países, ainda que o momento da sua efetiva concretização seja muitas as vezes incerto. Os motivos de ordem familiar, social ou cultural constituem os principais determinantes referidos para regressar ao país, enquanto os motivos de ordem económica e profissional surgem como inibidores do regresso. Uma análise fina destes dados permitira percecionar as diferenças e semelhanças existentes entre os emigrantes residentes nos diferentes países.